Foi lindo ver a gentileza e simpatia com que Paul recebeu seus fãs em Pernambuco. Falando em português várias vezes durante a noite de sábado passado, chamou o público de "povo arretado", "cabras da peste", expressões muito comuns em Pernambuco.
Foi especial cantar junto com mais de 50 mil pessoas clássicos como "Let it Be" e "Yesterday". Foi inacreditável a explosão de fogos na música "Live and Let Die". Foi mágico encontrar tantas gerações reunidas, assim como meus pais e toda a família ( no meu grupo tinha gente dos 11 aos 60 anos). Todos curtindo intensamente cada refrão, cada acorde, cada nota ao piano.
Sir Paul foi, é, e sempre será um grande artista e ser humano. Genial, jovial aos quase 70 anos, enérgico como, ou até mais, do que quando tinha seus 20 e poucos anos. Um exemplo para fãs e todo o público presente ao Arruda, no Recife.
Por isso (aí vai o artigo desabafo), não admito que escrevam críticas mal elaboradas como as publicadas nos sites da Folha Online e da Revista Rolling Stone. Por tudo que foi esse show, não permito que jornalistas de outro eixo falem mal do nosso público.
Aí vai o meu desabafo:
Paul McCartney é um verdadeiro sir. Simpático, falando em português, ensaiando passinhos animados, o ex-Beatle levou o público no estádio do Arruda, na noite de ontem (21), ao delírio. Bem diferente do que escreveu o repórter da Folha Ilustrada, Rodrigo Levino, que afirmou ter visto uma plateia “apática”. Pois bem, não sei o que este senhor entende por apatia. Mas, na minha opinião, o público em Pernambuco interagiu de forma espetacular com Paul. Eram palmas, gritos, sorrisos, danças, máscaras com a cara do Paul McCartney e respostas imediatas as frases que o cantor falava em português.
Como bem citou o repórter da Folha Ilustrida, de fato, o Paul deve ter sentido calor. Mas, não precisa ser muito inteligente para saber que o Nordeste é uma região de sol forte. Ou melhor, um lugar lindo onde o sol brilha o ano inteiroooo! Então, educadamente, Sir Paul tirou o paletó, arregaçou as mangas e mostrou o que sabe fazer melhor: cantou e tocou muitos instrumentos em quase três horas de show. Não acredito que, como citou o referido repórter, tenha tido dificuldades de “engrenar o concerto por conta do calor”.
Ah, outro detalhe importante: o português não era “capenga”, caro Rodrigo. Paul foi extremamente gentil com os pernambucanos e pernambucanas presentes, além de brasileiros (as) que vieram de vários estados. Paul, elegantemente, nós chamou de “povo arretado”.
É bom o senhor saber, também, que a passagem do Paul por aqui não “despertou o espírito da beatmania”. Nós já conhecíamos, no Nordeste, toda a história e significado desta banda. Ok?!
Senhor Rodrigo, “apatia”, “dipersão”, “dissintonia” e outras palavras que citou não combinam com o povo pernambucano, nem tão pouco nordestinos. Sinto muito. Basta conhecer o nosso Carnaval para entender que tais palavras não fazem parte do nosso vocabulário. Acredito, fortemente, que este tipo de crítica só reforça o preconceito com o nosso povo. Basta dizer que começa o seu texto chamando os shows no Brasil de pequena turnê. Porém, se fosse um circuito de shows no RJ-SP, certamente, seria uma super turnê.
Finalizando, digo que nós não teremos uma segunda chance hoje. Mas, o Paul é que terá uma segunda oportunidade de conviver mais um pouco com a alegria do povo que faz essa terra.
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