Bienal: surpreendente! | Viaje de mala e cuia

Bienal: surpreendente!


Visitar uma Bienal de artes é uma experiência única, marcante, para toda a vida. Essa blogueira que vos escreve botou os pés pela primeira vez numa gigante exposição de artes durante a 29ª Bienal, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo.


A sensação é de estar em liberdade, livre de preconceitos, de censuras, de modelos, de rótulos. E não há lugar melhor para viver essa experiência do que São Paulo. O vai e vem de paulistanos e turistas brasileiros e estrangeiros nos corredores da mostra já é um convite para mergulhar num universo no qual você não está inserido rotineiramente.


Fotos, livros, esculturas, artistas, montes de jornais, de terra, quadros, vídeos ou simplesmente uma instalação onde um artista joga cartas em meio aos visitantes. Admirei com tranqüilidade cada pedaço da Bienal. Tão devagar que perdi a oportunidade de visitar o terceiro piso. Uma pausa no café da Bienal e na livraria me “roubou” a última meia hora que restava para conferir o andar de cima.


No primeiro piso um piano com velas derretidas despertou a nossa atenção. Na nossa leitura o artista quis mostrar o quanto o tempo passou diante das teclas pretas e brancas, quanta vida viveu ao lado das doces notas que saíram de suas mãos. A cada passo, nos deparávamos com algo inusitado, novo, atrativo o bastante para nos prender, nos deixar curiosos, reflexivos.

O público não se contém e quer experimentar de tudo que for possível. Sentar nas cadeiras em miniaturas enfileiradas de frente para uma parede totalmente branca; deitar na instalação cheia de camas suspensas; se aventurar entre tecidos coloridos presos ao teto ou simplesmente assistir a vídeos com imagens fortes.

A exemplo, a série “Inimigos” do artista Gil Vicente, que quase foi vetada por conter imagens dele assassinando políticos como o pernambucano Jarbas Vasconcelos e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a obra seria uma apologia ao crime. No entanto, os organizadores da Bienal defenderam a independência e liberdade de expressão. Ponto para a liberdade!






As mochilas e sacolas devem ficar guardadas nos armários. A organização lhe entrega uma chave para você recolher tudo depois da visita. Não é permitido entrar com comidas e bebidas. O melhor de tudo foi poder ter acesso a arte gratuitamente.

Ainda dá tempo de conferir:
Parque Ibirapuera – Portão 3 – Pavilhão Ciccillo Matarazzo
Contato: (11) 5576-7600
De 25 de setembro a 12 de dezembro de 2010
De 2ª a 4ª feira, das 9h às 19h
Dias de 5ª e 6ª feira, das 9h às 22h
Sábado e domingo, das 9h às 19h.

Entrada gratuita!

Fotos:
Joka Cordeiro
Ylka Oliveira

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